Por que ter 3 filhos, mesmo na era digital?

A alta fertilidade da espécie humana foi crucial para que tenhamos uma população mundial superior a 7 bilhões de habitantes em um período de 6 milênios, segundos os escritos bíblicos. Ter 10 ou 15 filhos era algo normal até meados do século passado. As famílias eram estruturadas, filhos independentes que honravam os pais. Atualmente no Brasil estamos com uma taxa de 1,7 nascimentos por mulher. Mas o que causou essa mudança tão drástica tanto na quantidade quanto na qualidade?

Imputo a diminuição da fertilidade humana a 2 fatores principais: A saída das mulheres de casa para o mercado de trabalho, muito incentivada pelos movimentos feministas nas décadas de 70, muito difundidos na internet e nas redes sociais, e a teoria malthusiana, propagada no final do sec. XX que afirmava que o planeta não teria capacidade de alimentar tanta gente, caso o crescimento populacional seguisse no ritmo que estava em 1980, o que assustou a humanidade.

Hoje, a tecnologia utilizada na produção de energia e alimentos comprovou que a teoria Malthusiana foi alarmista. A população não dobrou nos 25 anos seguintes e não há fome generalizada no planeta. Obviamente, existe fome em alguns locais, assim como existe concentração de riqueza e milhões de quilômetros quadrados de terra a serem aproveitadas, o que traduz em inquestionável potencial produtivo.

Para os próximos anos a preocupação se inverteu. Todas os dados demográficos dos países e projeções para um futuro próximo estão disponíveis na internet e, o medo agora é de que não haja população jovem na força de trabalho para garantir uma velhice de descanso às gerações anteriores, e isso tem levado alguns governos a incentivarem casais a terem o segundo e até o terceiro filho, aumentando licenças maternidade e paternidade, reduzindo custos com educação e etc.

Enquanto o mundo constata a necessidade de equilibrar a pirâmide etária de forma proporcional, ou seja, mais jovens do que idosos nas próximas décadas, temos uma geração de adultos egoístas e imaturos que não querem filhos, e quando aceitam a possibilidade, se limitam a um único filho.

Existe uma lei que nenhum parlamento pode revogar: A lei da oferta e demanda. Uma criança, no centro da casa tendo pai e mãe sempre à disposição, conclui instintivamente, que ela vale mais, já que a sua atenção é o produto mais escasso naquele ambiente. O mais provável é que essa criança cresça com grande dependência emocional e ainda mais egoísta que os pais.

Quando um casal tem dois filhos, o valor da atenção fica em equilíbrio. Se vier o terceiro filho, a disputa por atenção se dará entre os pequenos. Os pais não conseguirão suprir a demanda integral dos filhos, pois, inevitavelmente, em algum momento um dos filhos terá que esperar os pais cuidarem de algum dos seus irmãos que está doente ou precisando de algo mais urgente.

A recorrência de episódios onde precisará esperar, pois algum irmão entrou na prioridade, fará essa criança mais independente, principalmente no aspecto emocional, e, é mais provável que valorize mais seus pais à medida que cresce o número de irmãos, seja pela disputa por atenção, seja por observar os cuidados com os mais novos.

Outro detalhe importante é que a criança precisa sociabilizar, e nesse aspecto, ter outras crianças em casa é fundamental. Sozinhas, muitas crianças acabam se fechando às telas: TVs, tablets e celulares, que indiscutivelmente podem ajudar bastante na evolução cognitiva da criança, desde que essa exposição não ultrapasse o tempo recomendado pelos pediatras.

Portanto, se pensarmos em crescimento demográfico saudável do país e na criação de filhos para maturidade independente, cada casal deveria ter, no mínimo 3 filhos. Logicamente, alguém vai perguntar sobre a carreira profissional da mãe ou das condições financeiras do pai, mas essas e outras perguntas são temas para um outro artigo.

Jeremias Costa

Bombeiro Militar

Jeremias Freire Costa, 34 anos, cristão, casado, pai de 3 filhos; Capitão do Corpo de Bombeiros; Bacharel em segurança e pública e do trabalho e Especialista em gestão de unidades militares; Atua como diretor de Escola Militar.

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Créditos: Bigstock.| Foto